segunda-feira, 28 de agosto de 2006

O Senhor da Guerra


Escrevi sobre um benevolente (mais ou menos, era um guerreiro) líder muçulmano de 400 anos atrás no último post . Ele era o Senhor da Guerra de então. Qual seria seu correspondente nos dias de hoje? Não, ditadores de republiquetas africanas aparentemente o são, mas falta muito até para se declararem Senhores da Guerra. Estes na verdade, os Senhores da Guerra, são os grandes comerciantes de armas. São eles que fornecem as armas que matam inocentes nos países pobres. Sabia que em Serra Leoa a disponibilidade de armas era tão grande que perderam o valor de revenda? Custavam algus níqueis, uma criança podia adquiri-la, mas na maior parte dos casos apenas as ganhavam.

Ok, não precisamos ir prá África para constatar o estado lastimável de deterioração de valores (desculpe, estou ficando repetitivo com o papo "valores", não quero que mulheres voltem a usar espartilhos e cinta-liga, apesar de achar isso incredibly sexy); miséria e fome grassam, enquanto os grupos que na ONU se apresentam com os salvadores desses povos os roubam e matam.

É claro que Oliú contaminou o filme, mas acho que graças a pessoas como Andrew Niccol (roteirista de O Show de Truman e Mundo de Andy) impediu que o ele fosse totalmente contaminado pelo "Happy Ending/ Justice Prevailed" finais. Esse filme ao menos tenta ser verdadeiro, escorrega em alguns momentos, mas precisamos de filmes como esse. E ainda deixa implícito que o personagem de Cage nada mais é que que um testa-de-ferro de Bush e similares. O mundo às vezes é um lugar bem repulsivo, os governos não passam de organizações mafiosas com um toque de hipocrisia.

Multidões de imigrantes do Terceiro Mundo invadem a Europa, sem um tostão, em busca de uma vida melhor para a família que deixou em algum lugar esquecido por Deus, ou talvez movidos por aquele sentimento de pay back time, alguns se involvem com o crime. Daí vêm as perigosas generalizações que resultam em conclusões como "imigrantes são a fonte de nossos problemas". Em parte, os europeus estão certos. Que fazer com com muçulmanos radicais que tratam as mulheres como uma sub-raça, não têm educação, não toleram outras religiões e nem sequer aprendem a língua do país onde estão?

Céus onde esse post foi parar? Quero ajudar a resolver um problema que é o calcanhar de Aquiles das melhores mentes do mundo.

O tragicômico é que sustento (e nessa teoria estou bem acompanhado) que tudo está interligado. Um cara morto, não importa onde nem como, nem sequer se te conheceu, morreu junto com uma parte de você. Isso não é vigarice New Age, é científico.

Um dia vou falar mais do apecto metafísico do assunto, mas já adianto: mesmo algo simples, inanimado como a água é afetada por nosso humor; uma palavra negativa como "mentira" faz a água vibrar de forma diferente se a palavra fosse "obrigado".

Loucura? Não julgue o que não conhece. Apenas admitam que o projeto científico, racionalista, que faz chacota com idéias como a exposta acima, tem prometido nos últimos séculos um mundo de saúde, prosperidade, cura dos distúrbios psíquicos e muito mais, entregou até hoje pouco do que ofereceu. É hora de desistirmos da verdade absoluta e procurarmos em outros lugares.

Só mais uma coisa: uma das últimas falas de Cage no filme diz algo assim: durante a gravidez, o feto desenvolve uma pequena cauda, que logo se retrai como parte da coluna. Um lembrete de nossas raízes ancestrais, de que, pelo menos por alguns meses nos aproximamos - menos que desejaríamos, de nossas raízes irracionais. Mas será que essa cauda, figurativamente falando, realmente desaparece?

2 comentários:

Thais Denker disse...

Adorei esse fime quando o vi e concordo com você, ele retrata uma realidade que nem sempre apresenta um final feliz! Aliás, tráfico de armas é o tipo de situação que não tem fim mesmo!

Ótimos textos!!!

PS: Vim pela primeira vez através da Casa da Tuka e voltarei sempre!

Sun disse...

hummm
gostei desse filme também. Não pensei que alguém iria ter a audácia de tratar tão discaradamente deste tema (como ocorreu no Jardineiro Fiel, com os laboratórios).

>>Gostei do comentário sobre o feto