Só o amor constrói, mas se quiser a salvação, se eu fosse você não contava com Jesus. Acredita nessa história de Céu, Purgatório e Inferno? Se realmente existem, acho que os filmes americanos já os descreveram mais ou menos acuradamente. O Inferno é algo entre aquilo que vimos em Constantine e South Park - the Movie. O Céu já é mais difícil de definir, se ele existe acho que a maior parte de nós não passa muito tempo nele, acaba voltando à Terra encarnado em outro corpo. Como foi mostrado em O Céu Pode Esperar (a versão anos 70, com o Warren Beatty, nunca assista a refilmagem de uns anos atrás). Somente criaturas muito bem acabadas, como Hendrix, Jung, Timothy Leary e Buda devem ter conseguido estadia permanente lá em cima (imagina esses caras trocando umas idéias...). Já o Purgatório, como ele é uma espécie de empate, conceito que os americanos não assimilaram até hoje, não ganhou uma representação cinematográfica digna. Contudo, numa entrevista à Revista Bizz (a última, acho, fala sobre drogas na capa e vem com encarte sensacional sobre rock brasileiro nos 70´s, altamente recomendável), o subestimado Marcelo Nova dá a definição mais precisa do purgatório: um lugar onde você é obrigado a assistir a programação do SBT 24 horas por dia. Genial.
De toda forma, se existe um Deus na concepção das grandes religiões monoteístas, ele está se lixando prá nós. Ou nos punindo. Essa idéia de um Deus austero, punitivo, nunca entrou na minha cabeça. Jesus não descreveu seu Pai assim. Além do mais, acho a coisa mais arrogante do mundo considerar que temos a mesma aparência que Ele (leiam o post sobre a Religião do Flying Spaghetti Monster, escrevi há um ou dois meses). Em suma: as grandes religiões não são mais que ferramentas de dominação, serviram de pretexto para guerras horríveis e inúmeros atos de injustiça, portanto devem ser superadas, esquecidas. Isso sim, seria um grande salto para a Humanidade.
Por outro lado, a abolição do Judaísmo, Cristianismo e Islamismo não ia resolver o problema, não é mesmo? Os ex-seguidores dessas religiões não iam se tornar ateus ou agnósticos e darem-se por satisfeitos. O fato é que todos temos um vazio interior que precisa ser preenchido, do contrário ficamos desorientados (já notaram como as palavras guardam, histórias, segredos? Orientar-se, ter o oriente como referência e paradoxalmente o Oriente permanece um mistério para nós, ocidentais), passamos a procurar Deus nos lugares mais absurdos, como no fundo de garrafas de bebida, no interior de carros importados ou nas partes íntimas de parceiros sexuais. Mas é tudo tão caótico e incoerente, não temos mais heróis nem modelos, as utopias estão mortas, as pessoas são julgadas não pelo que são, mas pelo que possuem e os valores não têm valor! O futuro mostra-se aterrador com a inexorável aniquilação do meio ambiente e suas catastróficas consequências, sem falar nas guerras, terrorismo, pobreza... cada época tem o Deus que merece. Qual seria o da nossa Era, o Pré-Armaggedon?
Na árvore geneálogica dos Deuses Gregos é a filha de Nyx (noite) e irmã de Hypnos (sono), Nêmesis (retribuição), Destino e Tânatos (morte). Trata-se de Eris, a Deusa do Caos, conhecida como Discórdia pelos Romanos. Ninguém comenta isso, mas foi ela a causadora da Guerra de Tróia, e não o Orlando Bloom. Eris tem os olhos saltados e a cabeça cheia de serpentes, e em geral é representada com um punhal na mão e uma tocha na outra. Para os adeptos do Movimento Discordialista - Operation Mindfuck, Projeto Luther Blisset, Sociedade Cacofônica - Eris é a verdadeira Deusa Suprema de um Universo caótico, onde a salvação é o nonsense, a desinformação, idéias absurdas e invenção de Teorias Conspiratórias. Vou me aprofundar no assunto dependendo do interesse que despertar Só o caos salva, vai por mim.
Um comentário:
imagens psicodélicas sempre aparecem neste site, disso é feito os sonhos hein...
Postar um comentário