quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Grandes Enigmas da Humanidade - Parte 2 - A Conexão África-Olmeca


Mapa mostra a extensão do Império Olmeca


O conteúdo desse blog estava ficando meio pesado, mais para matéria do pesadelo. Voltemos, portanto, para um dos meus assuntos favoritos: mistérios históricos. Gosto de transformar os posts em séries, fiz isso com os deuses egípcios, diálogos de filmes, atores e atrizes não tão famosos, teorias conspiratórias, realidade da mente etc. Mas uma série, pobrezinha, empacou no capítulo 1, um post escrito no remoto mês de março. Logo ela, que tinha um nome tão pomposo...Grandes Enigmas da Humanidade. É com orgulho que a trago de volta à vida em grande estilo, como verão a seguir. Para fazer parte dessa série o negócio tem que ser cabuloso mesmo, essas coisas que os cientistas céticos ficam tentando provar que é fraude mas acabam varrendo o mistério pra baixo do tapete porque não conseguem apresentar uma explicação racionalista, adequada à História Oficial. Quando estou pesquisando coisas desse naipe, gosto de conhecer as duas versões do fato. Sempre há a versão crédula, imaginativa, elaborada por um cientista doidão que não tem a menor credibilidade entre seus pares e quase sempre inclui ovnis em suas teorias; e a versão séria, predominante, chata e previsível. Esses caras diziam que o Homo Sapiens só tinha chegado na América Latina há relativamente pouco tempo, sempre sustentando a idéia que havia vindo da Ásia através do Estreito de Bhering, no Alaska. Aí descobrem Luzia, a mineira de Lagoa Santa com 11.000 anos e os cientistas caretas são obrigados a reformular seus dogmas e postulados. Na minha opinião, eles não têm a menor idéia do que já aconteceu e quem já viveu em nosso planeta. O relato a seguir apenas corrobora minha opinião. Por isso gosto desses pesquisadores alternativos, menos científicos, mas muito mais instigantes.

A América Latina, antes dos maias, incas e astecas, já hospedou um povo do qual pouco conhecemos. Eles foram os "pais" dessas três civilizações mencionadas. Mais do que isso, diversos avanços tecnológicos creditados a esses três povos na verdade foram obra dos Olmecas. Há quem diga que eles foram mais evoluídos que os tradicionais pré-colombianos. Foram os primeiros a erigir pirâmides em nosso continente, mas a escassez de relíquias que forneceriam mais dados sobre essa avançada civilização é frustrante. Os traços de sua cultura que resistiram ao tempo são absolutamente intrigantes e inexplicáveis.

Monumento encontrado em San Lorenzo

Aparentemente se estabeleceram onde se situa hoje em dia o sul do México, mas não se pode afirmar que se restringiram à essa região, pois foram encontradas relíquias de arte olmeca em El Salvador, a centenas de quilômetros dali. Além disso, artefatos esculpidos em jade indicam que tiveram acesso a terras bem distantes, pois esse elemento inexiste em seu território. Estima-se que prosperaram por cerca de 800 anos, entre 1200 A.C. e 400 A.C. Foi a primeira civilização ocidental a ter uma escrita, estranhamente similar à escrita de alguns povos africanos. Forneceram informações astronômicas que possibilitaram os maias a desenvolver seu incrível calendário. Em sua "Era de Ouro" tiveram várias cidades e produziram objetos em cerâmica em fornos cuja temperatura chegava a 900 graus, feito igualado apenas pelos egípcios no mundo antigo. Ninguém sabe o que causou o fim da civilização.

La Venta

"Olmeca" significa "povo da borracha" em nahuatl, a língua falada pelos ancestrais dos astecas. Eles dominavam a extração do látex, que era misturado ao sumo de outra planta para obtenção da borracha. O termo também se refere a um jogo que utilizava uma bola de borracha, o tataravô do nosso futebol. Diz-se que era um jogo extremamente difícil de ser praticado, os jogadores só podiam usar suas ancas pra fazer a bola passar por um estreito aro. O time perdedor era sacrificado em honra aos Deuses.
San Lorenzo

Contudo, o dado mais inquietante sobre a cultura olmeca diz respeito às suas manifestações artísticas. Os monumentos históricos mais antigos do México são imensas esculturas de cabeças humanas, talvez representações de seus líderes. Do tamanho de um automóvel, uma dessas cabeças viajou 70 quilômetros até o local onde foi encontrada. Como isso foi possível? Mas o mistério maior não está aí. Conforme pode-se ver nas fotos, as cabeças claramente representam pessoas negras: o nariz achatado e os lábios carnudos não deixam dúvida sobre a etnia retratada. Não há nada semelhante em toda iconografia pré-colombiana. E mais: a escrita dos maias e dos berberes (povo africano) são similares demais para serem tidas como simples coincidência. Como os olmecas travaram contato com africanos? Seriam eles próprios da raça negra? Nesse caso, o que houve com eles depois do colapso de sua civilização? Isso ajudaria a explicar as semelhanças entre as pirâmides maias e egípcias? E como isso tudo encaixa na Historiografia Oficial, aquela que é ensinada nas escolas, tão exata e infalível como aritmética?

Parafraseando Sócrates: "Tudo que sei é que nada sei"...

Cartaz marca território zapatista: "Aqui o povo manda e o governo obedece. É estritamente proibido o tráfico de armas, venda e consumo de drogas, bebidas alcoólicas"... não precisa traduzir.

P.S.
A mesma região que foi o lar dos Olmecas é a mais pobre do México, mas também onde o povo é politicamente mais ativo, vota maciçamente no partido da esquerda e liderou os protestos nas últimas eleições presidenciais, supostamente fraudadas. O Exército Zapatista, forte opositor do neoliberalismo e da influência norte-americana no país, também foi formado em antigas terras Olmecas. Nascido em 94, é considerado o primeiro grupo revolucionário pós-moderno, combinando uma aguerrida militância de camponeses e índios, apoio em centros urbanos e uso de meios modernos como a web e telefones por satélite para se articular e angariar apoio internacional. Merece um post exclusivo e mais atenção de nós, brasileiros, desorganizados, despolitizados, desiludidos, sempre de costas para nossos hermanos latinos.


Um comentário:

Anônimo disse...

Sabe, também gosto da história misteriosa de civilizações perdidas.
Recentemente fui a uma exposição de relíquias do povo pré-colombiano.
Foi um dia *muito* feliz.
Em todos os sentidos.

Continue com o texto e suas pesquisas.
Poste-as aqui.
Gostaria de ler mais.

Beijo.