quinta-feira, 14 de junho de 2007

Brasileirão de ioiô: cobertura completa

Pôster do Torneio do ano passado

Que panamericano que nada. Muito menos futebol. Essas coisas pouco me interessam. Esporte legal mesmo é ioiô. Dizem que o Aldo Rebelo queria rebatizar a modalidade, assim como queria mudar o nome do futebol para "ludopédio", para combater a colonização cultural que nos assola. Felizmente, seu desejo só resultou em tiração de sarro. Até então eu achava que ioiô era um termo brazuca. Não é: vem do idioma tagalo, ramificação do malaio, falado nas Filipinas, e significa "volte aqui". Essa língua deve ser hilariante, imagina a mãe chamando o filho: "Cleverson, ioiô! Se não ioiô, vai apanhar!"

Ferramentas do Imperialismo Norte-Americano. Oquei.

Antes de me aprofundar na cobertura do Campeonato Brasileiro de Ioiô, vamos dar um pequeno passeio pela história desse fascinante esporte. Depois da boneca, é considerado o brinquedo mais antigo do mundo, embora não se saiba quando nem onde surgiu. Mas no Museu de Atenas há uma cerâmica com cerca de 2.500 anos com a figura de um menino segurando uma cordinha com um disco na ponta. Era praticado também na China desde tempos imemoriais, na época era feito de pedra. No século XVI, soldados filipinos o usavam como arma. Ioiô também é cultura.

Num evento olimpicamente ignorado pela mídia, São Paulo sediou o sexto Torneio Nacional em um fim de semana de maio. Para a decepção daqueles que acham que ioiô não passa de um modismo importado pela Coca-Cola para bebermos mais refrigerante, uma coqueluche morta e sepultada, vale dizer que o Brasil é uma das potências da modalidade. Rafael Matsunaga, campeão mundial em 2.004, é um dos 11 "ioio masters of the world". E a ABI (Associação Brasileira de Ioiô) tem mais de 2.000 filiados. Virtuoses como Aspirina, Chapolim, Cogumelo, Salsicha e Marechal. Este último era inclusive o favorito em uma das categorias - há várias subdivisões - mas um único erro em sua apresentação tirou o caneco de suas mãos e acabou como vice. Ioiô também é criatividade, auto-controle e precisão.

Dale Myrberg, detentor do "Harvey Lowe Lifetime Achievement Award" (campeão de ioiô em português)

Queria que alguém me explicasse porque não é um esporte olímpico, enquanto coisas enfadonhas e idiotas como curling (espécie de bocha com pedras deslizando no gelo) e badminton já são. Aproveitando o ensejo, por que não promover também a purrinha, jogo de estátua e stop (sorteia-se uma letra e vence quem preenche primeiro todas as categorias)? Quem sabe assim eu mesmo poderia brigar por uma vaga na delegação brasileira...

Fonte: Revista Piauí

2 comentários:

Lidiane disse...

Só você mesmo pra me fazer rir em plena greve do metrô de São Paulo.
Pois é, sabe que bateu uma nostalgia danada?
Sério.
Eu tinha váriosssssssssssssssssss ioiôs (até esse da Coca-cola). E lembro que fiz meu pai comprar um sapatinho em uma loja só porque o brinde era um ioiô.
Aliás, eu era craque. :P

Esses dias estava ensinando o filho da manicure a fazer conta enquanto eu esperava minha hora. Eu disse que se ele acertasse tudo, ia ganhar um brinquedo.
Ele acertou e fomos à lojinha ao lado do salão comprar. Adivinha o que o menino escolheu?
Nhé!
Uma arma. :/
Mas não deixei, então, a segunda escolha foi? Foi? Foi?
Um ioiô hi-tech que acende luz e tudo mais. Quase comprei um pra mim. :)

Agora, boa mesmo eu era no bambolê.
Aliás, dava um dedinho (seu) pra ver você brincando de bambolê (ahahahahah).
Stop eu adorava (e adoro até hoje). Minha irmã roubava muito, então paramos de brincar senão ia ter morte. Estátua sempre fui uma negação. E purrinha (ou palinho, como eu chamo) eu sou razoável. Talvez ganhasse só o prêmio de consolação.

Pois é, pode parecer que estou brincando, mas não é.
Mesmo quando você resolve ser engraçadinho, eu adoro o post.
Não tem jeito. :)

Beijo, viu?

Anônimo disse...

"Harvey Lowe Lifetime Achievement Award:campeão de ioiô em português." hehehe...hilário!...isso é sério? essa competição acontece? desculpa a ignorância de minha parte. saudações.