sábado, 14 de outubro de 2006

Muito talento, pouco reconhecimento - Parte 7


Bill Nighy: talvez esse senhor inglês nem devesse estar na lista: a quantidade de filmes que vi com ele ultimamente mostram que a célebre frase "No futuro todos serão famosos por 15 minutos" não se aplica a esse ator, ele veio para ficar.
(um parêntesis aqui para destacar Andy Warhol, o Nostradamus do pós-Modernismo: cada vez mais vemos "celebridades" surgirem do nada e voltarem rapidamente ao ostracismo; hoje em dia o requisito básico para se tornar famoso em geral não tem nada a ver com talento artístico, basta ser jovem, magro e cara-de-pau.)

Felizmente, há exceções. Vejamos a trajetória de Bill: nascido em 49, ele começou sua carreira de ator relativamente tarde, em 76 e dedicou-se ao teatro e sobretudo à tv. Sua fama só foi ultrapassar os limites das Ilhas Britânicas no início deste século, com o filme "Simplesmente Amor"(2003), uma comédia romântica morna onde ele rouba a cena como um roqueiro pop star decadente. Em seguida participou de outra produção de grande êxito, "Anjos da Noite"(2003), da qual ele deve estar arrependido. Em "Todo Mundo quase Morto"(2004), a melhor comédia que satiriza filmes de horror já feita, ele tem uma participação pequena, mas competente. Ele também não aparece muito em "O Guia do Mochileiro das Galáxias", mas seu papel é mais relevante , e mais uma vez rouba todas as cenas.

Contudo, foi com "The Girl in the Cafe" que ele provou que sua fama crescente era merecida. Ele faz um Diplomata de primeiro escalão cuja vida vira de pernas para o ar quando conhece a moça do título. Não vou revelar mais detalhes, porque é provável que já esteja disponível em DVD (vi na Directv) e vale a pena ser visto. Um filme com personalidade, que une com maestria uma história de amor com uma trama política.

Já com a carreira deslanchando, atuou em "O Jardineiro Fiel" (do brasileito Fernando Meireles, Oscar de Atriz Coadjuvante pra Rachel Weisz), "Piratas do Caribe 2" e no momento está filmando o terceiro. Um ator dinâmico, que varia da sobriedade de um nobre inglês para um velho punk hardcore em segundos, igualmente convincente em ambos papéis. Caras como ele fazem falta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nhé, e pra quem só trabalhou, estudou e arrumou a casa este feriadão, você me deixou morrendo de vontade de correr até a locadora.

Tudo anotado.
Tudíssimo.

Como sempre (cansei de repetir isso), não vi O guia do mochileiro das galáxias, mas li o livro.
:P
Ele faz papel de quem?