Hoje exibem séries, filmes, além umas coisas vexatórias como Saia Justa e o programa da Rita Lee (felizmente esses acabaram, acho). De um canal de um tipo de informação que antes não tínhamos acesso, o GNT virou uma espécie de revista Cláudia na tv. Já há canais de filmes e séries demais, eu quero ver documentário, coisas da BBC, da PBS, do canal +. Mas não, ficam nos empulhando com dezenas de programas sobre saúde e boa-forma, um tipo de doença do Século XXI, e coisas sobre gastronomia e vinhos, outra doença contemporânea. Chega, não tenho dinheiro pra comprar o vinho Cornollino della Putanesca, e mesmo se tivesse, só compraria pra quebrar na cabeça daquele Renato Machado.
Tudo isso pra falar que voltei ao não menos oneroso hábito de alugar DVDs. Nos últimos 4 dias vi 10 filmes. O número no final é sua nota, recomendo apenas os acima de 5.
-United 93: de Paul Greengrass. Conta a história do sequestro em 11/9/01 de um dos aviões que, presume-se, seria jogado sobre a Casa Branca se os passageiros não tivessem agido e atacado os terroristas. Tenta maneirar na patriotada, mas achei chato. 4/10.

-Match Point: com Scarlet Johansson (suspiro). De longe, o melhor filme dessa lista, o melhor que vi nos últimos meses. Woody Allen narra uma tragédia em Londres. Uma alegoria sobre o papel do destino em nossas vidas. Grandes personagens, dilemas ainda maiores. Porque não clonam uns 10 Woody Allens para dar uma melhorada na qualidade geral dos filmes? Impecável. 9/10.
-O Virgem de 40 Anos: de Judd Apatow. Esse filme é tão queima filme que sinto que é necessário eu justificar sua locação. Aluguei porque acho engraçado o protagonista, Steve Carell. Como não tinha nenhuma expectativa positiva, me surpreendeu, não é tão grosseiro como imaginava. 6/10.
-Stoned: de Stephen Wooley. Os últimos meses de vida do fundador dos Rolling Stones, Brian Jones. Consegue captar a atmosfera dos anos 60 fazendo bom uso da fotografia, mas falta um ator principal mais tarimbado, além de a produção mostrar-se um tanto precária. 5/10.
-Penetras Bons de Bico: de David Dobkin. Incrível a capacidade do cinema americano arruinar boas idéias. Tinha tudo para ser uma ótima comédia, mas é tolo como toda comédia recente e pra piorar resvala na pieguice. Chris Walken, um dos melhores atores da atualidade, paga seu mico habitual. 4/10.
-V de Vendetta: de James McTeigue. Tinha lido os quadrinhos nos anos 80, a adaptação resumiu demais a história, virou uma mistura de 1984 com O Conde de Monte Cristo. Devia ter falado sobre ele no post sobre distopias. Mas é dos caras do Matrix, o elenco é bom, Natalie Portman linda e eficiente, o tom, idealista. Destaque para meu ídolo Stephen Fry como host de um infame talk show. 7/10.
-Transamerica: de Duncan Tucker. Ótimo filme sobre um travesti que descobre ter um filho adolescente na véspera de fazer a cirurgia para mudar de sexo e se vê obrigado a conhecê-lo. Não é só um filme sobre gays, é um sensível olhar sobre como as relações humanas propiciam crescimento pessoal. A atuação de Felicity Huffman, de Desperate Housewives, é notável. 8/10.
-O Sacrifício: de Neil LaButte. Hoje em dia é assim: os roteiristas não conseguem ter novas idéias, aí reciclam velhos conceitos. Esse é uma refilmagem do incomparável The Wicker Man, sem nenhuma de suas qualidades. Uma verdadeira bomba, e olha que o diretor começou fazendo o interessante Nurse Betty. 3/10.
-O Jardineiro Fiel: de Fernando Meirelles. Não consegui entender porque é tão celebrado. O cara dirige um filme excelente em seu país, aí os americanos o importam e fazem ele pisar na bola em seu segundo filme. Achei lento, pretensioso, parece um desses insossos candidatos ao oscar que aparecem todo ano. Na mesma temática, prefiro O Senhor das Armas. 5/10.
-O Albergue: de Eli Roth. Meu Deus do céu, para casos como esse defendo até a volta da censura. Um filme essencialmente ruim, apelativo, sádico, onde nada se salva. Se antes desse filme ser feito podíamos dizer que o cinema não incita a violência, depois dele essa sentença torna-se questionável, pois dá vontade de dar porrada em todos aqueles envolvidos em sua produção (o que Tarantino está fazendo como produtor executivo?). Ainda esculhamba todo um país, a Eslováquia, da forma que só oliú sabe fazer: irresponsável, preconceituosa e ignorante. 2/10.
Acho que vou passar a fazer isso sempre. O problema é que a locadora mais próxima tem um acervo muito limitado. Quando tinha 12 anos tinha um caderninho onde resenhava todo filme que via. Revendo esse caderninho, vejo o quanto era pouco exigente, mas também o quanto já era obcecado com cinema. Fiz até uma versão pessoal do oscar, os mais premiados são Um Corpo que Cai, Os Intocáveis e Robocop. Velhos hábitos nunca morrem.
4 comentários:
Eu também por algun$ motivo$ estou sem TV a cabo, e por coincidência tenho alugado bastante filmes.
Cheers
Ruivo.
Não vi ainda alguns da sua lista.
Agora, só em março.
:(
Mas anti-heróis são os meus preferidos, u know. :P
V pra mim é sempre V.
Do jeito que eu gosto, e do jeito que eu quero.
Vou enviar depois o link de Crazy pra você assistir.
Tem um pedaço que sei que vai pirar. Não digo qual. :P
E, eu gosto do Saia Justa. :)
Coisa de mulherzinha, dá licença?
Nhé nhé nhé!
Beijoca pra você.
Amasso nos gatitos e apertos nos cachorritos.
Penetras bons de bico gostei +-..mas daria 5/10
Jardineiro fiel gostei mto 8/10 e "V de Vendetta" em português é "V de vingança"rss e tb gostei muiiiito 8/10
pirei vendo V de Vingança justamente por causa das associações com 1984 e O Conde ( q eu adoro!), o chato foi ter q explicar pros meus amigos o que era 1984 (é, esse é o grande problema da minha vida...). Mas enfim, tb gosto de Senhor das Armas, mas Jardineiro Fiel é tao lindo! é um filme lírico de final aterrorizador pois me pesa nosso impotencialidade perante o mundo... e vcs nao acharam um pouco paracido com Diamante de Sangue?
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