Em algum lugar do universo as naves espaciais são movidas a ondas sonoras. Seu combustível é a música. Isso explica o comportamento arredio dos ovnis que nos visitam. Só querem rock´n roll all night. Captando ondas radiofônicas, acompanharam a era das big bands, o twist, experimentaram um boost de potência com sumidades como Little Richard, Jerry Lee Lewis e Chuck Berry e graças à Santíssima Trindade do hard rock, expandiram suas fronteiras para limites inimagináveis. Ultimamente têm se mostrado decepcionados com os rumos que a música pop tomou, a mediocridade tomando cada vez mais espaço no dial. E voltam-se para décadas passadas, quando o ímpeto de chegar até onde nenhum ser humano jamais esteve - melhor dizendo "to go boldly where no man has gone before" - traduzia-se em canções que não ofereciam limites para a imaginação.
Cruzadores transgaláticos atravessam o éter turbinados pelo primeiro disco do Rush. Caças translúcidos desviam freneticamente de sucessivos obstáculos de um cinturão de asteróides numa velocidade insana, graças aos acordes de Sabbra Cadabra, do Sabbath. Gigantescos couraçados adentram a atmosfera de Rigel sob a histeria de 21st Century Schizoid Man, do King Crimson. Tales of Brave Ulisses, do Cream, impulsiona a intrépida esquadra rebelde contra o QG do tirano que oprime seu povo. E Time permite que a sonda de pesquisas seja tragada por um buraco negro onde do outro lado pode-se ouvir softly spoken magic spells num great gig in the sky. Aí chegaram uns caras que me afastaram do pc e me colocaram numa camisa-de força.