terça-feira, 30 de maio de 2006

TC Parte 3 - Jim Jones e o MK Ultra (Essa é 100% verdade)

Acho que pouca gente com menos de 30 anos já ouviu falar desse cara. Ou se ouviu deve estar confundindo-o com o personagem cômico do Chico Anísio que o satirizava, Tim Tones. É um pouco assustador constatar que o responsável (in)direto pela morte de quase 1.000 pessoas, a poucos quilômetros do território brasileiro, nos nem tão distantes finais dos anos 70, foi esquecido quase que completamente. Talvez Jim Jones tenha sido vítima de sua própria Teoria Conspiratória, talvez tenham armado para ele. Sobraram poucos para contar a história, e suas versões são, no mínimo, duvidosas...

O reverendo Jim Jones nasceu em 31 em Lynn, Indiana. Filho de um líder da Ku Klux Klan com uma índia, sempre foi um sujeito atípico por natureza. Oscilava entre pólos idelógicos como bola de ping pong: marxista e anti-comunista, agente da CIA e da KGB; ao mesmo tempo profundamente devotado à religião, inclusive fundando sua própria seita aos 32 anos, o Templo do Povo. Foi aí que começou a ter visões da iminência do fim do mundo e a ouvir vozes dizendo que ele era a reencarnação de Jesus Cristo e Lênin. Juntos. Só rindo...

No entanto, assim como muita gente sensata hoje em dia embarca na barafunda dos televangelistas, na época muitos o levaram a sério. Depois de passear pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte, entre outras cidades da América do Sul, escolheu a Guiana para sediar seu culto. O nome da comunidade deixava claro o quanto era humilde: Jonestown.

O que aconteceu lá... bem, como já disse a história é nebulosa, um prato cheio para os conspirólogos extravasarem seus delírios. Um ex-seguidor, Phil Kern, escreveu um livro dizendo que Jones nunca havia deixado a KGB e queria transformar a comunidade num posto avançado soviético, embora o reverendo combatesse o comunismo ateu entre os fiéis. Em 78 a cidade de Jones já estava, literalmente, bombando, com mais de 1.000 habitantes e rumores sobre trabalho escravo em um regime totalitário fortemente controlado por capangas com fuzis. Como a maioria dos seguidores era de norte-americanos, os E.U.A. enviaram o deputado democrata Leo Ryan e mais uns repórteres à Guiana para investigar os boatos. Na visita a Jonestown, o representante da embaixada americana Richard Dwyer juntou-se a eles. Ryan e os repórteres nunca contaram o que viram.

Isso porque no momento em que iam embarcar no avião de volta aos E.U.A. todos foram barbaramente assassinados, supostamente por seguidores de Jones. Reza a lenda que os executores pareciam "zumbis remotamente controlados".

Aqui aproveito para abrir um parêntesis. TCs se assemelham a galhos de uma imensa árvore: estão todos interligados. No caso, é nesse ponto que o caso Jim Jones conecta-se ao desavergonhado programa da CIA de controle mental, o infame MK Ultra. O objetivo do projeto era criar assassinos-autômatos, sem vontade própria nem remorso. Para isso as cobaias (nunca se soube ao certo como eram escolhidas, provavelmente criminosos, mendigos e imigrantes ilegais) eram forçadas a ingerir uma infinidade de drogas além de serem submetidas a eletrochoques, lobotomias e hipnose. O "pupilo modelo" seria como o personagem do filme "Sob o Domínio do Mal": uma pessoa comum, até receber um comando através de um telefonema, por exemplo, que despertaria o assassino frio que foi criado em seu "treinamento". Diz-se, inclusive, que vários assassinatos atribuídos a malucos solitários, são na verdade complôs muito bem engendrados pela CIA. Lembra do John Lennon? Kennedy? Bom, o que se sabe de fato é que o programa existiu mesmo, conforme a própria CIA reconheceu em 1970 numa investigação do Senado americano, quando além disso comprometeu-se a não mais realizar experimentos desse naipe, ao menos em solo americano. Nessa hora os caras da CIA devem ter dito: "então vamos prá América do Sul, que é perto e lá as vidas humanas valem muito menos"...

E então nossa história volta à Guiana. Enquanto o deputado e os repórteres eram chacinados no campo de pouso, no acampamento Jim Jones anunciava a chegada do Apocalipse e conclamava os fiéis a tomarem Tang envenenado com cianeto. Eles não tinham muita escolha: você podia até recusar educadamente, mas aí vinha um capanga e enfiava uma bala na sua cabeça.

Oficialmente foram 913 mortos, inclusive o reverendo. Mas podem ter sido muito mais, pois os corpos das vítimas foram embarcados para os E.U.A. e imediatamente cremados, sob protesto dos familiares. Os mistérios não páram aí: as mesmas drogas usadas no MK Ultra foram encontradas em grandes quantidades em Jonestown. E mais: inexplicavelmente, o diplomata Dwyer estava presente nos assassinatos no campo de pouso, mas escapou ileso. Depois descobriram que ele era da CIA (de novo!).

Por fim, a cereja no topo dessa banana-split das Teorias Conspiratórias: Jim Jones tinha várias tatuagens. Mas o cadáver dele encontrado na comunidade não tinha nenhuma.

domingo, 28 de maio de 2006

Film Noir

O filme noir é um dos dois gêneros de cinema (ao lado do Western) criado originalmente nos E.U.A. No princípio não se sabia que se tornaria um gênero à parte, mas entre 1941 e 1955, boa parte dos filmes americanos - incluindo os melhores - compartilhavam características do que ficaria conhecido como "film noir". Protagonistas mais humanos e instáveis, belas femmes fatales, diálogos ríspidos, fotografia explorando efeitos de contraste e muitas cenas externas noturnas.

No âmago dos filmes noir havia uma tentativa de subverter os padrões convencionais de Hollywood nas tramas, (sempre finais felizes) personagens, (maniqueístas, o herói moralmente inatacável) e estrutura narrativa (modo cronológico de contar as histórias). Ao rejeitar os padrões, por consequência os cineastas estavam também renegando os valores da América urbana do pós-guerra, denunciando a hipocrisia e a corrupção que havia por trás da fachada de perfeição que a sociedade ostentava. Nesse processo, criou-se um gênero inigualável, com obras tão fortes que conservam seu impacto até hoje. A seguir uma lista dos filmes mais representativos do gênero, classificados de acordo com a Associação de Críticos de Nova York (não consegui achar a tradução de alguns):

1. Pacto de Sangue (Double Indemnity, 1944) de Billy Wilder
2. Relíquia Macabra (The Maltese Falcon, 1941) de John Huston
3. The Big Sleep (1946) de Howard Hawks
4. Crepúsculo dos Deuses (Sunset Boulevard, 1950) de Billy Wilder - um dos melhores que já vi
5. Out of the Past (1947) de Jacques Tourneur
6. O Grande Golpe (The Killing, 1956) de Stanley Kubrick
7. In a Lonely Place (1950) de Nicholas Ray
8. Laura (1944) de Otto Preminger
9. The Asphalt Jungle (1950) de John Huston
10. O Destino Bate à sua Porta (The Postman Always Rings Twice, 1946) de Tay Garnett

TC Parte 2 - Borges e os Mundos Imaginários

Em um de seus escritos, o ficcionista argentino Jorge Luis Borges fala de Uqbar, país de localização imprecisa, talvez na Ásia Menor. Fascinado por temas que desafiam a lógica cartesiana, Borges foi a fundo na pesquisa desse país que ninguém nunca tinha ouvido falar. Na The Anglo-American Cyclopaedia, ele encontra um verbete sobre o lugar, mas as referências geográficas confundem mais que esclarecem. O breve texto diz ainda que a literatura em Uqbar é de cunho fantástico e suas sagas mitológicas ocorrem no mundo imaginário de Tlon. Em outro livro, A First Encyclopaedia of Tlon ele encontra descrições detalhadas desse lugar, onde há tigres invisíveis, torres de sangue e os habitantes desconhecem o conceito de tempo. Suas investigações o guiam para a Inglaterra do Século XVII, em Londres onde uma sociedade secreta de nome Orbis Tertius resolveu inventar um país chamado Uqbar. A idéia era produzir um incrível volume de informações falsas e difundi-las em publicações sérias.

Um século depois, um americano milionário, Ezra Buckley decide que inventar um país não é suficiente. Ele quis desafiar Deus e criar todo um planeta, com tudo que você pensar dentro. 300 pessoas trabalharam por anos na enciclopédia de 40 volumes de Tlon. A conspiração chega a requintes como fabricar e distribuir objetos que só existiriam em Tlon.
Possível descrição de Tlon

Achei isso tudo muito interessante porque quando tinha uns 10 ou 12 anos eu também inventei um país, a Sarquínia, uma ilha no Pacífico com as dimensões da França e colonizada por holandeses. Na época eu estava muito influenciado pelo livro A Ilha, do Aldous Huxley e concebi a Sarquínia também como um lugar utópico, livre dos males da Civilização Ocidental.

A física quântica diz que basta você imaginar uma realidade que em alguma dimensão paralela ela vai acontecer, ou coisa parecida. Borges defende a mesma tese em seu conto, lembrando inclusive que, em latim, "descobrir" e "inventar" têm o mesmo significado. Então Tlon, Uqbar e Sarquínia são lugares bem reais em um Universo além do nosso alcance e compreensão. Sua fantasia de fazer amor com aquela pessoa que você julga inatingível, ou a cena em que você dá um murro no olho do seu chefe, imaginada tão vivamente, também se concretizou em outro lugar/tempo.

sábado, 27 de maio de 2006

Eu devia estar feliz por ter comprado um Corcel 76

Carros. O maior fetiche do Século XX. Objeto cultuado por centenas de milhões de pessoas, que vêem nele uma espécie de atestado de sua ascensão na sociedade e realização pessoal. Símbolo do Ser Humano pós-moderno: individualista, materialista, preza a velocidade, as aparências e não hesita em passar por cima do outro para chegar onde quer. O automóvel que você dirige muitas vezes determina o modo com que você é tratado. Sei de casos absurdos como o de um cara que teve que se mudar de uma confortável casa num luxuoso bairro de BH para um distante conjunto habitacional para continuar pagando as prestações de sua BMW. Não tem mais dinheiro sequer para ir no cinema e depois jantar fora com a esposa. Sua qualidade de vida caiu drasticamente. Mas ele diz que esquece tudo isso no momento que entra no carro e se transforma em outra pessoa. O pior é que muitos que ouvem essa história dizem que fariam a mesma coisa. Lamentável.
Aí achei um site malhando o Hummer, aquele jipe militar gigantesco que parece um elefante sobre rodas. Francamente, quem precisa de uma coisa dessas? Em tempo: "Dummer" significa "mais burro"."Pelo menos meu carro é grande. Vivemos em um mundo de comparações. Não é o máximo dizer que o seu é maior?""O texto diz: "Em um mundo onde os utilitários-esportivos estão cada vez mais iguais a seus donos, o americano médio está 30% acima do peso ideal, consome 3.500 calorias por dia, assiste 4 horas de tv e sofre de pressão alta. O H2 prova que ainda há veículos grandes o suficiente para acomodar suas nádegas gigantescas. Não se contente em se auto-destruir. Destrua o mundo também".

quarta-feira, 24 de maio de 2006

Whiter Shade of Pale

Assisti ontem de novo o filme "The Comitments". Simplesmente fabuloso, lírico, tragicômico. Numa parte o protagonista está em uma igreja e ouve a música "Whiter Shade of Pale" no órgão. O título já é uma promessa de imagens poéticas. Composta pelo grupo Procol Harum em 67, rapidamente tornou-se um estrondoso sucesso: enquanto "Sgt. Peppers" ocupava o topo das paradas no verão daquele ano na Inglaterra, nos E.U.A. o posto era dela. Com o órgão dando o tom numa atmosfera carregada de melancolia, "Whiter"... tem um quê de cafona, música de corno sertaneja, mela-cueca. Acho que sou um pouco cafona, gosto de Creedence e da trilha de "Os embalos de sábado à noite", entre outros hits de festas de formatura e botecos de cidade do interior. Pouco me importa.

We skipped a light fandango
turned cartwheels ´cross the floor
I was feeling kind of seasick
but the crowd called out for more

Mesmo traduzida, a letra não faz sentido, o que a torna ainda mais fascinante. Um tímido candidato a sedutor enche a cara num baile para diminuir o nervosismo e aos poucos vai ficando bêbado. Há uma analogia com um barco prestes a naufragar. Pelo menos é o que li num site. Em outro achei a letra completa, com duas estrofes a mais, onde fica clara a metáfora do navio perdido em mares desconhecidos. Ela fala de sentimentos muito humanos, vulnerável, universal e atemporal. E o melhor é que aqui você pode ouvi-la, inclusive escolhendo o intérprete. Uma das mais belas criações da música pop de todos os tempos.

terça-feira, 23 de maio de 2006

TC parte 1 - Os Reptilianos

David Icke é a personificação do conspirólogo sem um pingo de vergonha na cara. Para a felicidade geral da Humanidade ele descobriu a fonte de todos os nossos problemas: a fome, as guerras, as pestes, o Kenny G e todas essas coisas desagradáveis estão relacionados aos reptilianos, que, dependendo de onde se pesquisa, são oriundos da Quarta Dimensão ou da Constelação do Dragão.
Eles entraram em contato conosco há 10.000 anos. Nos intervalos das lições de tecnologias rudimentares que nos davam, os safadinhos aproveitavam para procriar com as fêmeas humanas, gerando uma raça híbrida que até hoje controla o planeta. Para isso, utilizam frequências distintas de nossa realidade, aprisionando-nos em nós mesmos (Realidade Matriz), impedindo-nos de manter contato com a realidade. Nossas mentes são fragmentadas e reprogramadas, utilizando sociedades secretas através de canais como a mídia, orações e sons para atingir seus objetivos doentios. Alimentam-se de sangue humano. Ou seja: são simultaneamente vampiros, magnatas e roteiristas do filme "Matrix". George W. Bush e a Rainha Elizabeth II são reptilianos com capacidade de mudar de forma. Outros, como Michael Jackson, têm mais dificuldade em se metamorfosear, tá explicado porque o cara é tão esquisito. Ok, essa parte do Michael eu inventei, mas não deixa de ser uma explicação mais plausível do que simples cirurgias plásticas. Quando não assumem a forma humana, os extraterrestres são répteis bípedes com asas nas costas e rabo de lagarto. Não é à toa que nos remetem à figura do Diabo, ele nada mais é que a representação de um reptiliano. Berlusconi saúda companheiro reptiliano

Onipotentes e onipresentes, são figurinhas carimbadas em diversas TC, da morte de Lady Di (um sacrifício ritual) aos Illuminati (sociedade secreta criada na Alemanha no Século XVIII, esteve por trás da Revolução Francesa, da morte de Kennedy etc) passando pelo Projeto Montauk (esse não dá prá explicar num parêntese). E antes de rotular Icke como um demente com imaginação fértil, saiba que ele já escreveu vários best sellers sobre o assunto e tem milhares de seguidores. Saiba mais aqui. Agora tudo parece mais claro, não é mesmo?

Teoria da Conspiração

Conspirar faz parte de nossa natureza. Conspiramos para manter nossos empregos e para conquistar aquela mulher gostosa. Conspiramos para vender nosso Gol bolinha de 10 anos e com o escapamento furado por um preço abusivo, quando exageramos nossos feitos profissionais para conseguir um aumento e quando reproduzimos rumores pouco elogiosos sobre o colega de trabalho cuja posição almejamos. Conspiramos ao copiarmos o texto de outra pessoa no blog e dizermos que é nosso. E quando o adversário descobre nossa estratégia, nós o acusamos de paranóico.

O conspirador mais eficiente é aquele que convence o maior número de pessoas que suas idéias malucas são a pura verdade, e que maluco é aquele que duvida disso. É aquele que arquiteta uma trama tão delirante que é impossível descobrir o que está por trás dela. Isso nos leva a uma reflexão deveras instigante. A conspiração mais insana, absurda e inacreditável que você encontrar nessa série talvez seja, na verdade, a única digna de confiança. Por isso vamos começar com uma TC (Teoria Conspiratória) da pá virada. Aliás, virada é pouco. Aqui a pá foi retorcida.
Obs: descobri que se eu mantiver os posts mais curtos, as chances de serem lidos são maiores. Então a primeira TC está no próximo post.

quinta-feira, 18 de maio de 2006

Perspectiva

Veja só como é a vida: escrevi um longo parágrafo de lamentações hoje de manhã influenciado por uma questão de ordem profissional cujo desfecho poderia sepultar todos os meus projetos. À tarde consegui resolvê-la do modo mais satisfatório possível e imediatamente comecei a discordar de tudo que tinha escrito horas antes. Apaguei parte das lamúrias e deixei o resto, para mostrar que a verdade se encontra em algum lugar entre esses momentos de euforia e preocupação. Nada como uma mudança de perspectiva.

quarta-feira, 17 de maio de 2006

Matadouro 5, ou A Cruzada das Crianças - Uma Dança com a Morte

Estava relendo agora uns posts que já publiquei e acho engraçado o fato de que, por mais tente variar os assuntos, sempre acabo me repetindo, usando as mesmas expressões para expor idéias já mencionadas. Na verdade, quando comparo as coisas que escrevo hoje com minhas redações do Segundo Grau, por exemplo, é notória a queda de qualidade dos textos. Eram mais concisos, frases curtas e vocabulário menos almofadinha. Parece que na minha adolescência o mundo se mostrava mais interessante, talvez porque tudo fosse novo e um oceano de possibilidades se abria para mim. Tem sido difícil escrever sobre coisas que gosto de verdade sem recorrer a lugares-comuns nem tornar o texto confuso, como este. Mas não é desse assunto que quero falar.

Ontem acabei de ler um livro chamado "Matadouro 5". Quando comprei não imaginava que ia gostar tanto, pois escolhi de propósito algo diferente do que costumo ler, geralmente obras de terror, ocultismo, ficção-científica ou livros de autores que já conheço bem - Rubem Fonseca, Patrícia Melo, Paul Auster, L. F. Verissimo e mais um ou outro. Este eu já tinha ouvido falar, mas não lembro de onde nem se a referência era boa. É um livro de bolso da L&PM, baratinho e o que me chamou a atenção foram as resenhas da contracapa: críticos de veículos de comunicação fodões endeusando o autor - Kurt Vonnegut, americano - e elegendo o livro como o melhor romance pacifista dos últimos 50 anos. O cara é descrito como "George Orwell, Dr. Caligari e Flash Gordon num único escritor". Eu o confundi com outro americano maluco cujo nome é Thomas Pynchon ou algo assim e escreve sobre teorias conspiratórias, por isso o escolhi. Sou louco por elas, quanto mais absurda melhor. Aproveito a deixa para anunciar que minha próxima série de posts vai ser sobre conspirações. No entanto, já vou adiantando que me recuso a abordar essa baboseira de "Código Da Vinci", apesar de reconhecer que é bem divertido. Mas também não é disso que quero falar.

Escrito em 1969, o livro narra, entre outras coisas, a experiência verídica de Vonnegut como soldado aliado na Segunda Guerra Mundial. Tudo gira em torno da descrição do bombardeio americano à cidade alemã de Dresden em 44. Você fica chocado com a bomba atômica em Hiroshima? Pois saiba que lá morreram por volta de 70.000 japoneses, enquanto o dobro pereceu numa única noite de ataque aéreo com armas convencionais em Dresden. Ninguém fala nisso, de fato os americanos encobriram essa catástrofe por décadas. Não havia lá quantidades significativas de soldados nazistas, nem sequer uma indústria bélica. Detalhe: eu sou judeu, mas partilho da visão do livro que uma guerra pode ter tudo, menos um lado heróico. Uma linda cidade, apelidada de "Florença do Rio Elba", foi reduzida a escombros salpicados de montinhos e montões de cinzas. Cada montinho era uma pessoa, cada montão um prédio ou uma casa. O pior é que o autor ainda consegue ser engraçado e sem um pingo de pieguice ou uso de recursos apelativos. Humor negro, colocado de forma tão brilhante que não tem como você ficar envergonhado de morrer de rir. Há toques de sci-fi; o protagonista, que não é Vonnegut, é abduzido por aliens e confinado num zoo espacial com uma atriz pornô e tem um filho com ela. Falei que o livro é bom, não falei? Os E.T.s também são inteligentemente concebidos, eles não compreendem a nossa definição de tempo. Para eles a vida é uma sucessão de eventos que vão se repetir incessantemente de forma desordenada. Então num momento estamos na guerra, de repente o personagem se vê em sua casa, muitos anos depois, aí ele abre uma porta e está no zoo do planeta Tralfamador. Confuso? Não, eu sou confuso, o livro é genial, fácil de ler e consegue ser triste, incisivo, anárquico, louco, fantástico, lógico, provocador, irônico, honesto, sagaz e ético, tudo ao mesmo tempo.

Ou, como a contracapa diz ..."Vonnegut oferece muito mais que um libelo pacifista. Trata-se de crítica social da mais criativa, da expressão de uma visão de mundo ingênua e desencantada"...

Acredite, este é o post mais útil que já escrevi. Estou me refreando para não estendê-lo ainda mais com citações do livro. Se tivesse dinheiro eu compraria dezenas dele e saía distribuindo, primeiro mandando para os 3 ou 4 que costumam comentar aqui e para a Bete, minha vizinha. Quem ler e não gostar está doente. E não custa nem 20 pratas.

sábado, 13 de maio de 2006

Jacek Yerka - 2






Muito talento e pouco reconhecimento - Parte 6


Fairuza Balk: De uma beleza exótica, fruto de sua ascendência romena, persa e irlandesa, ela parece pertencer à aquela categoria de atores cuja imagem sempre vai ser associada a um papel específico, o que é uma pena, pois ela já provou ser bastante versátil. No seu caso, o personagem que marcou sua carreira é Nancy Downs, protagonista do filme "Jovens Bruxas" (The Craft,1996). Ela fazia a líder de um quarteto de adolescentes que se envolvem com magia e bruxaria. Apesar de ter pouco mais de 30 anos, já atuou em quase 40 filmes, a maioria produções de pouca importância. Seu primeiro papel de destaque foi o de uma prostituta no excelente "Coisas para se fazer em Denver quando você está morto", de 95. Um ano depois ela roubou a cena como uma perversa bruxinha no filme já citado, o que parecia que ia catapultar sua carreira para o alto. Ledo engano: seu filme seguinte foi uma superprodução, "A Ilha do Dr. Moreau" um grande - e merecido - fracasso; e só ofereciam a ela papéis de mulheres problemáticas ou desajustadas. Fez também "A outra História Americana" e "Quase Famosos", ambos filmes de boa qualidade e razoavelmente bem-sucedidos; mas suas participações eram pequenas, e quando ganhava papéis mais relevantes, o filme não era bom, como em "Deuces Wild". Atualmente sua carreira parece estar em franca decadência, limitando-se a telefilmes, séries e até locução de videogame. Maldita Hollywood e sua ditadura estética!

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Adaptação

Charlie Kaufman escreve da maneira como vive... com grande dificuldade. Seu irmão gêmeo Donald vive da maneira que escreve... como um bobo alegre. Susan escreve sobre a vida... mas não consegue viver. A vida de John é um livro... esperando para ser adaptado. Uma história... Quatro vidas ... Um milhão de possíveis desdobramentos.

Traduzi essa tagline - a frase que colocam no cartaz do filme como chamativo - por ser curta e precisa."Adaptação" não é a Oitava Maravilha do Mundo, mas tendo em vista a quantidade de lixo cinematográfico que nos empurram em quantidades crescentes, o longa é um oásis de idéias originais, diálogos preciosos, um roteiro inegavelmente bem estruturado, e - ok, admito que gosto do Nicholas Cage, ele faz os gêmeos - um elenco afiadíssimo. Um dos grandes apelos do filme é o relacionamento do roteirista brilhante, mas péssimo em relações humanas (Charlie), com seu irmão artisticamente medíocre, mas bem menos neurótico (Donald). O filme basicamente descreve a busca de Charlie para se aceitar e estabelecer uma conexão com a Humanidade, enquanto tenta adaptar o livro "O Ladrão de Orquídeas", de Susan Orlean (Meryl Streep), para o cinema. Ele e o irmão adoram a música "Happy Together". Eu também. Vou transcrever uns diálogos. Traduzir, definitivamente, é uma coisa chatíssima.
John Laroche: You know why I like plants?
Susan Orlean: Nuh uh.
John Laroche: Because they're so mutable. Adaptation is a profound process. Means you figure out how to thrive in the world.
Susan Orlean: [pause] Yeah but it's easier for plants. I mean they have no memory. They just move on to whatever's next. With a person though, adapting almost shameful. It's like running away.
Um outro diálogo bem bacana ocorre quando o ladrão de orquídeas John Laroche (Chris Cooper, que ganhou oscar de ator coadjuvante por esse papel) conta que Charles Darwin descobriu uma espécie dessa flor cujo repositório de pólen é tão profundo que nenhum inseto conhecido até então alcançaria. Então ele inferiu que deveria haver um inseto cujo probóscide (tipo de tromba) seria longo a ponto de poder "fazer amor"- palavras do personagem - com a orquídea. Anos depois de sua morte descobriram o tal inseto, exatamente como Darwin prevera. Pensando bem, vamos deixar Laroche falar das flores:
"Point is, what's so wonderful is that every one of these flowers has a specific relationship with the insect that pollinates it. There's a certain orchid look exactly like a certain insect so the insect is drawn to this flower, its double, its soul mate, and wants nothing more than to make love to it. And after the insect flies off, spots another soul-mate flower and makes love to it, thus pollinating it. And neither the flower nor the insect will ever understand the significance of their lovemaking. I mean, how could they know that because of their little dance the world lives? But it does. By simply doing what they're designed to do, something large and magnificent happens. In this sense they show us how to live - how the only barometer you have is your heart. How, when you spot your flower, you can't let anything get in your way."
Ou como Donald conseguiu resumir: "You are what you love, not what loves you".
Eu queria transcrever mais diálogos, o funcionamento da cabeça de Charlie e outras coisas, mas isso vai acabar prejudicando o objetivo primordial desse post que é te convencer a ver o filme. E tem um tipo de pegadinha genial que por si só já torna-o uma pequena jóia. Belo e raro como uma orquídea-fantasma..

quarta-feira, 10 de maio de 2006

Jacek Yerka

Começo já apontando uma falha minha: esqueci de pôr os títulos nas imagens. Mas se o quadro se chama "Nauka Chodzenia", por exemplo, isso não importa muito, não é mesmo? Elejo desde já Jacek Yerka o verdadeiro Mochileiro das Galáxias. Ele é louco de pedra. Fabulosamente insano. Não sei nada sobre ele, a não ser o fato de ser proveniente de algum lugar do leste europeu. E acho melhor assim: fica mais misterioso. Fico me perguntando que tipo de coisa ele toma ou o que ele sonha ou presencia prá bolar essas aberrações. E deve ter quase cem pinturas na página dele. A imaginação não tem limites, surrealismo, M.C. Escher, Pop Art, sei lá, não entendo de pintura e suspeito que mesmo quem entenda vai ter dificuldades em defini-lo. O detalhismo merece um zoom nas imagens. Vale a pena visitar o site - se você gostou, é claro:
http://www.yerka.pl/Yerka-pic.html

Um filme inteiro em um minuto - ou menos

Extraído deste site: http://rinkworks.com/movieaminute . Chega de pagar preços extorsivos do aluguel de DVDs ou ter aquela trabalheira toda prá ir no cinema. Os filmes são tão prolixos e previsíveis... Apresento aqui Longas ultra-condensados. No site há dezenas deles. Alguns exemplos:

Matrix
Keanu Reeves: "Ei, pessoal, olham prá mim! Estou num filme de BOA QUALIDADE!"
Público: Uau!
Keanu Reeves: "Sim, é verdade, apesar da minha total falta de talento eu NÃO CONSEGUI estragar o filme!"
Público: (desmaia)
FIM


O Poderoso Chefão
Marlon Brando: "Aqueles que traem minha família devem ser punidos." (quase morre) (morre)
Al Pacino: "Vou tomar conta dos negócios da família depois de matar todas essas pessoas".
FIM


Godzilla
Matthew Broderick: "Meu trabalho é ser um C.D.F. e simpatizar com o Godzilla. Vamos matá-lo e demonstrar tristeza."
Jean Reno: "Antes vamos ficar olhando para ele como idiotas até não termos tempo de fugir"
Matthew Broderick: "Muitas Vezes".
Jean Reno: "Sim".
FIM


Casablanca
Ingrid Bergman: "Oh, Rick"
Humphrey Bogart: "Oh, Ilsa"
Paul Henreid: "Ah, merda!"
Conrad Veidt: Oh... (morre)
FIM

Agora encheu o saco de traduzir e copiar essas coisas. Além do mais, acho que sou a única pessoa que acha graça nisso.

Keith Carter Photography

Pérolas no oceano dos blogs

"Meu suposto fracasso se deve ao fato de eu ser quem me tornei e ser incapaz de ser outro. Me tornei alguém convicto de que minha estrutura biológica é um lixo. Alguém já quase sem esperança de que espírito existe."

Isso foi extraído de um "about me" de um/a blogueiro/a e em respeito a ele/a não vou revelar seu nome. Mas achei forte, complexo, quase desesperado, e com uma franqueza e autenticidade que só aqueles que não temem exibir sua alma são capazes. Fiquei surpreso com sua pouca idade. Sua própria narrativa já atesta que pelo menos ele/ela tem um espírito, e não é um espírito qualquer, é vastíssimo, parece ser como um terreno acidentado, com trilhas que levam a cumes e outras que o/a encaminha a profundas depressões. Lendo coisas dele/a é que entendemos a frase "Ignorance is bliss", acho que é Nietzsche, diz algo como "a ignorância é uma benção". Se ele/a fosse um a pessoa medíocre, preocupado/a com seu status social e incapaz de pensar por si só, não escreveria coisas amargas e profundas assim. Mas achei legal a forma como ele/a concluiu:" Talvez esse alguém só precise achar pessoa que o compreenda para que o fracasso vire vitória."
Dane-se os outros e seja você mesmo/a, por mais diferente dos que os circundam.

Na verdade posso estar equivocado em minha interpretação, não sei o que ele/a quis dizer com "estrutura biológica", mas me identifiquei bastante com sua dificuldade de mudar a si próprio/a, com sua alma atormentada, mas também com o otimismo e atitude positiva que esboça na última linha. Para se livrar desse sentimento de angústia gerada pela recusa em se aceitar, há que se buscar respostas dentro de cada um, mas paradoxalmente, o caminho para se chegar lá é através do seu relacionamento com o mundo exterior. A sociedade nos impõe um ritmo frenético, exige que nos adaptemos a novas situações cada vez mais rápido. Me lembrou de um filme genial: "Adaptação". Mas esse merece um post só dele. Quanto a esse/a blogueiro/a anônimo/a, gostaria de dizer que ele/a não é o único a ter dificuldades de lidar com si próprio que não está só. E que o processo de auto-conhecimento pode ser doloroso, mas não há nada mais recompensador do que encontrar seu lugar no mundo. Aproveito a deixa para publicar a letra de uma música sublimemente melancólica. Uma daqueles que sabemos que vai nos acompanhar pelo resto de nossas vidas. Estátua que homenageia a música, em Liverpool


Eleanor Rigby (Lennon & McCartney)

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

Eleanor Rigby, picks up the rice
in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face
that she keeps in a jar by the door
Who is it for

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Father McKenzie, writing the words
of a sermon that no one will hear
No one comes near
Look at him working, darning his socks
in the night when there's nobody there
What does he care

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

Eleanor Rigby, died in the church
and was buried along with her name
Nobody came
Father McKenzie, wiping the dirt
from his hands as he walks from the grave
No one was saved

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Todos temos nossos momentos “Eleanor Rigby”, que de acordo com McCartney, é uma solitátria senhora responsável por limpar a igreja depois de casamentos, arrependida de não ter ido ao seu próprio matrimônio, décadas antes, triste em meio a tanta alegria. Me sinto como o Padre McKenzie, escrevendo coisas que ninguém vai ler.

domingo, 7 de maio de 2006

Eric Drooker - Parte 2

Conforme prometi, aqui vão mais pinturas do Drooker. Não tão belas quanto as primeiras, mas com o mesmo estilo e ainda mais inspiradoras.

Um idealista, sem dúvida um tipo cada vez mais raro. Através de sua arte denuncia o absurdo e a estupidez das guerras...Slingshots vs. Tanks
Oil Wars


...a obsolência de discussões inúteis...
Skeletal Debate

... o tipo de sociedade que o sistema criou...Surviving Decay
Gears
Golden Gated City

... mas sempre imbuído de esperança.
Sowing Seeds of Peace

Crê firmemente no poder da arte...
Drowning Saxophone
Musical Attack

...contra a desumanidade do capitalismo, da censura, dos maus-tratos ao meio ambiente e de qualquer tipo de discriminação.
Crucified Woman
CensorshipPrison Industrial Complex
Industry vs. Nature

Aqui homenageia o poeta remanescente do movimento beatnick, Allen Ginsberg (ainda publico algo dele)

O Brasil tem Jeito?

Acho que nunca falei de política neste espaço. Em parte porque temos todos os meios de comunicação tradicionais para tratar do assunto; seria como chover no molhado. Mas sobretudo porque não alimento mais ilusões de que há políticos honestos e competentes com o poder necessário para realmente mudar as coisas. Como diria Douglas Adams, no "Restaurante no Fim do Universo", (curiosos com o título? É a continuação do célebre "Guia do Mochileiro das Galáxias") as pessoas menos indicadas para serem nossos representantes são justamente as que resolvem seguir carreira política. Aqueles que realmente se preocupam com sua comunidade, seu país, seu planeta, não têm a malícia e o despudor necessários para se tornarem políticos bem-sucedidos. O Eduardo Suplicy, por exemplo, é inteligente, honesto, age com tranparência e vê-se que ele entrou para a política com o intuito de fazer do Brasil um país mais humano, em todos os sentidos. Ele quer mesmo diminuir o enorme fosso que separa ricos e pobres em nosso país e que nos rende o nada honroso título de Vice-Campeão Mundial em Disparidade de Renda - o Campeão é uma nação africana. Suas virtudes e atitudes bem intencionadas são suficientes para ele, de fato, fazer uma diferença? Infelizmente, acho que não. Ele teria que fazer alianças espúrias e comprometer alguns de seus projetos, abrir mão de outros até que suas idéias sejam adaptadas ao gosto dos poderosos. Foi o que aconteceu com o Lula.
Essa história toda me remeteu a um filme que vi há anos: "Il Gattopardo" ("O Leopardo"eu acho), do Luchino Visconti, com Burt Lancaster e Claudia Cardinale. Puta filme. Ambientado na Sicília do Século XIX, o filme mostra a derrocada de um rico proprietário de terras, Prince Salina, e sua luta para preservar seu poderio quase feudal no processo de unificação da Itália, o Risorgimento. Ele percebe que sua época já passou, sua condição aristocrática está ameaçada, e põe todas suas esperanças no casamento de sua filha com um poderoso político local e em seu sobrinho e provável herdeiro, Tancredi, vivido por Alain Delon. É dele a frase que cai como uma luva para sintetizar a História Política no Brasil:

"If we want things to stay as they are, things will have to change"

Ou seja: para que as coisas continuem do jeito que estão, é preciso que elas mudem. Paradoxal? Certamente, mas também muito verdadeiro. Aqueles que ajudaram na campanha de Lula devem ter pensado assim: "A gente põe o Lula na presidência para que o povo tenha a impressão que desta vez sua vida vai melhorar, pois um legítimo representante deles chegou ao poder. Ao mesmo tempo ele vai ter que fazer tantos conchavos e concessões que qualquer tentativa real de mudança será inviabilizada, pois ele já vai estar de rabo preso".
Outra que eu admiro é a Heloísa Helena, do PSOL. Acho que ela vai se candidatar à presidência, e do jeito que as pessoas estão desiludidas com os políticos tradicionais, há uma possibilidade de ela ganhar, mesmo com uma campanha humilde e sem fazer alianças. Mas e depois? O problema da corrupção tem raízes profundas e apenas seus efeitos, e não as causas, são combatidos. Tem a ver com nossa formação cultural, o modo como fomos educados, quais são nossos modelos e também com a forma como (não) diferenciamos o público e o privado. Isso não se resolve em 4 anos. Como ela vai governar com uma minoria no Congresso, uma vez que teremos os mesmos deputados-patifes, apenas com nomes diferentes? Desculpem o pessimismo, mas acho que não importa quem vença, algumas coisas vão mudar para que tudo continue do mesmo jeito.

segunda-feira, 1 de maio de 2006

Eric Drooker

Giant Woman

Descobri esse artista através do Stumble Upon, um tipo de ferramenta de busca onde você tem sua própria página, ótima forma de descobrir sites legais que dificilmente eu encontraria de outra forma, como neste caso. Nunca ouvi falar dele, mas já virei fã. Achei seu estilo meio surrealista, meio HQ, despretensioso e, simultaneamente carregado de simbolismo, como na pintura acima: com bom humor, ele capta o fenômeno da crescente liberação feminina e do pânico que isso provoca em nós, homens.

Dog´s Eye View


Upwardly Mobile


Grand Central Winter


Terminal Rage


Blood on the Moon


Lovers in Time


The Maze

Nova York é sua musa, e através dela aborda temas como a solidão opressiva das grandes cidades, o desejo por liberdade, a possibilidade de sublimarmos a homogeinização da cultura de massa e encontrar nossa verdadeira identidade, além de umas viagens pessoais bem interessantes. Vou postar mais obras dele em breve.