Acredite naqueles que buscam a verdade. Duvide dos que já a encontraram. André Gide
sábado, 18 de março de 2006
Micael Masato Suzuki
Obs: Explicarei minha ausência no próximo post, onde também vou contar a história de Jane Elliott
Quem é Jane Elliott?
Eram meados dos anos 90 vi um documentário espetacular no canal a cabo GNT, na época outro tipo de canal, sem esses programas sobre a vaidade das mulheres ou horas de programação voltada para homossexuais. Nada contra esses ou aquelas, o fato é que, pessoalmente, eu achava a programação mais bacana. Passava coisas como Dreamland (área 51 e afins) e Notícias de uma Guerra Particular (doc genial sobre a guerra do tráfico no Rio, dirigido pela Katia Lund e pelo João Moreira Salles). E o nome desse outro doc era Olhos Azuis. Tinha tudo isso gravado em VHS, mas as fitas mofaram quando me mudei para este chalé escuro e úmido no meio do mato. As lágrimas ainda vêm aos meus olhos quando me lembro dessas preciosas fitinhas - ainda tinha dezenas de episódios de Simpsons e South Park, sem falar nos vários programas da Semana Extra-Terrestre do Discovery Channel. Mas chega de reminiscências lacrimosas. Quero falar de Jane Elliott. Aliás, outra hora falo dela. Hoje é sábado à noite e, felizmente, tenho mais o que fazer.
terça-feira, 14 de março de 2006
Pão: O Seu Insuspeito e Onipresente Arquiinimigo!
1. 98% da população carcerária faz uso frequente de pão.
2. No Século XVIII, quando virtualmente quase todo pão era produzido em casa, a expectativa de vida era inferior a 50 anos, a mortalidade infantil era incrivelmente alta, muitas mulheres morriam ao dar à luz e doenças como febre tifóide eram endêmicas.
3. Mais de 90% dos crimes violentos são praticados até 24 horas depois do criminoso ter feito uso de pão.
4. Sociedades tribais que desconhecem o pão estão menos propensas a males como câncer, Alzheimer, Parkinson e osteoporose.
5. Está provado que pão vicia. Pessoas que se submeteram a um experimento onde se alimentariam apenas de água, em menos de 48 horas já imploravam por pão.
6. O pão é frequentemente a porta de entrada para o uso de substâncias mais pesadas, como manteiga, margarina, geléia ou mesmo requeijão!
7. Recém-nascidos se engasgam facilmente com pão.
8. O pão é assado a 400 graus centígrados. Um adulto morreria em menos de um minuto se exposto a essa temperatura.
9. O pão é feito de massa. Está provado que menos de meio quilo de massa é suficiente para sufocar um rato. O brasileiro médio come essa quantidade de pão em menos de um mês!
10. A maior parte dos brasileiros consumidores de pão não sabe diferenciar dados científicos de estatísticas idiotas e sem sentido.
À luz desses dados estarrecedores proponho que o consumo de pão passe a ser severamente restringido adotando-se as seguintes medidas:
1. Proibição da venda de pão a menores de 18 anos.
2. Criação da Campanha Publicitária: "Sou careta: não como pão".
3. Aumento do imposto sobre a venda de pão para financiar o tratamento dos males que essa perniciosa substância provoca.
4. Nenhuma imagem de pessoas ou animais deve ser usada para promover o consumo de pão.
5. Criação de cinturões anti-pão nos perímetros de escolas primárias.
Muito talento e pouco reconhecimento - Parte 4
Lembrando que os títulos ou nomes em negrito contam com minha preferência.
quinta-feira, 9 de março de 2006
Evangélicos celebram Dia Internacional da Mulher
"Das 3 mil mulheres que procuram ONG da Zona Leste que assiste vítimas de violência, 90% são evangélicas agredidas física ou verbalmente pelos maridos - que, na igreja, são exemplos de bondade. " Do Jornal da Tarde: www.jt.com.br/editorias/2006/03/08/ger36218.xml Acho que só essa chamada já resume bem o que quero dizer. Mas o miolo da notícia fornece uma perspectiva mais ampla desta verdadeira tragédia cotidiana. Como todo texto de tablóide, falta a isenção e objetividade do jornalismo verdadeiro e sobram tiradas apelativas. Mas, entre outras coisas ficamos sabendo, por exemplo, que as próprias igrejas que as fiéis frequentam não oferecem nenhum tipo de apoio ou aconselhamento às mulheres agredidas. O marido de Joana usa a própria Bíblia para justificar as agressões, recitando um versículo: "Mulheres, sujeita-vos aos vossos maridos". O mais absurdo - mas nem por isso mais incomum - é que as próprias vítimas passam a procurar sua culpa pelas agressões: "Não sei arrumar o guarda-roupa" ou "ele adora usar camisa social e eu não sei usar bem o ferro elétrico". A vida de Lurdes já não era fácil: não tolerava o cinismo de seu marido e amigos, comportamento imaculado nos templos, seguido por bebedeiras homéricas. Mas tudo piorou depois que foi estuprada; o marido disse que ela certamente incitou o estupro, atraindo o agressor, comportando-se de modo lascivo. Ela não tem a quem recorrer, na igreja dizem que o problema é entre ela e o marido e que psicólogo de crente é Jesus.
As igrejas evangélicas crescem em escala exponencial no Brasil. No Rio, o casal Garotinho defende a idéia de lecionar nas escolas públicas a doutrina criacionista em detrimento da Teoria Evolucionista de Darwin. Enquanto isso o Exército é mobilizado para dar uma satisfação à classe média em meio a uma verdadeira guerra civil que já se estende há anos. Não falei naquele post ..."a História se repete" que vivemos numa estúpida Era Medieval? Pois é...
Elas se espalham como erva daninha. Jogam baixo, aproveitam-se da fragilidade emocional das pessoas e de suas necessidades não supridas para sujeitá-las a intensas sessões de lavagem cerebral. Tudo pelo dízimo. Temos que impedir isso! Minha irmã virou crente! E é uma pessoa esclarecida, morou fora, vai se formar em administração... Socorro!
Letra: A Bela e a Fera
Ouve a declaração, oh bela
De um sonhador titã
Um que dá nó paralela
E almoça rolimã
O homem mais forte do planeta
Tórax de Superman
Tórax de Superman
E coração de poeta
Não brilharia a estrela, oh bela
Sem noite por detrás
Tua beleza de gazela
Sob meu corpo é mais
Uma centelha num graveto
Queima canaviais
Queima canaviais
Quase que eu fiz um soneto
Mais que na lua ou no cometa
Ou na constelação
O sangue impresso na gazeta
Tem maix inspiração
No bucho do analfabeto
Letras de macarrão
Letras de macarrão
Fazem poema concreto
Oh bela, gera a primavera
Aciona o teu condão
Oh, bela, faz da besta fera
Um príncipe cristão
Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu coração
Abre teu coração
Ou eu arrombo a janela
quarta-feira, 8 de março de 2006
Conto de Ficção-Científica
Podem me chamar de escapista, mas como o Tom Petty fala naquela música: "desculpe se há um lugar em minha mente onde vou de vez em quando". Fui prá outro planeta.
A incrível saga do Povo Odhacan
INum planeta distante, muito distante, vivia o povo de Odhacan, como eles próprios se denominaram. Na aurora da civilização odhacan, os homens ainda eram muito primitivos, tanto que nem chegavam a ter uma língua escrita, utilizando-se de desenhos toscos em cavernas para contarem suas histórias, ou seja lá o que eles tenham julgado digno de registro. Eventualmente eles foram evoluindo, deixando o nomadismo e estabelecendo-se com seus semelhantes nas primeiras cidades; fizeram descobertas, prosperavam, mas ainda faltava o mais importante: a fé, a religião, uma crença para dar um conforto à alma, respostas, algo para combater o pânico de se desconhecer o que está além dos portões da morte. Com o passar dos séculos, a política foi evoluindo até resultar em democracia, mas o clamor popular, cada vez mais forte, pedia uma resposta para o verdadeiro sentido de suas vidas. Um grupo da elite científica odhacan se reuniu com o governo pedindo verba para realizarem pesquisas sobre a origem dos odhacan. Isso poderia dar algumas pistas para os questionamentos filosóficos e espirituais do povo. O governo recebe a proposta com entusiasmo e oferece apoio total para uma expedição arqueológica.
A descoberta literalmente parou o país. Todos os odhacan pararam de fazer suas tarefas para discutirem sobre aqueles desenhos, que tinham por volta de 10.000 anos. Seriam os Odhacan fruto da generosidade de um povo superior? Quem eram eles? Por que não deram as respostas? Talvez porque soubessem que os nativos não as compreenderiam. Acima de tudo, os odhacan ansiavam por mais uma visita dos homens do céu.
Constrói-se um gigantesco emissor de ondas de rádio voltado para as estrelas, um mega-telescópio, além de um conjunto de radares receptores. Cogita-se até a construção de veículos espaciais, copiando o formato das naves nas inscrições, mas essa idéia é rechaçada, seria tentar se igualar aos Deuses, o que os odhacan viam como pecado.
Enquanto isso, as escavações prosseguem e revelam mais surpresas: inscrições próximas das já encontradas parecem descrever um mapa estrelar. De fato, representam com surpreendente exatidão a constelação de Magna-Tauri, tendo uma das estrelas em destaque. Não era preciso ser nenhuma autoridade no assunto para se concluir que os visitantes eram oriundos daquela estrela. Assim, o projeto de construção de veículos estrelares é retomado a todo vapor. O povo já não se importa com a suposta heresia e mostra-se ansioso para enviar um odhacan à moradia dos Deuses.
Agora a história está em suas mãos. Corações e mentes de milhões de seres mal aguentam o suspense que se criou depois que a comunicação com a MOISES foi cortada. Pelo amor do Deus Odhacan, decida o que houve com a nave. Não resisti e coloquei algumas sugestões, algumas bem cretinas:
1. Chegam nos aliens e são mortos. O povo acha que o desaparecimento e perda de contato com astronautas significam que o lugar é mesmo um paraíso que eles querem guardar para si próprios apenas. Constroem então uma esquadra de naves gigantes para transportar todo o povo odhacan a Magna Tauri e são exterminados por uma cruel raça alien. E nunca mais se ouve falar do povo Odhacan.
2. São bem recebidos, mas ao perguntarem sobre as respostas o alien se surpreende: “nós achamos que vocês encontrariam as respostas. Não somos deuses, ah essa é boa, somos um bando de engenheiros que não arruma namorada então ficamos fertilizando planetas como hobby. Eu, por exemplo, tenho 12.000 anos de idade e nunca dei um beijo de língua.”
3. Não há aliens como se imaginava, apenas um povo ignorante e primitivo. Os odhacan ensinam a eles algumas técnicas e são endeusados. Depois de “civilizados” os nativos, os odhacan regressam ao lar deixando uma carta estelar com sua localização no céu do planeta.
4. Aparentemente, não há vida em Magna Tauri. Entretanto, num episódio que nenhum astronauta soube explicar bem, uma “voz interna” orientou-os a se dirigirem a um determinado local, onde uma criatura humanóide os esperava. Ele não parecia nada contente, e disse: “Vocês não entenderam nada. A resposta não está nos lugares que vocês procuram, na realidade quanto mais vocês se julgarem próximos dela, mais distantes estarão. Será que vocês não enxergam que o segredo é a pergunta?” Não, os astronautas não entendiam e também ficaram irritados com o tratamento que estavam recebendo. Tanto esforço para nada? “Tentar achar uma resposta simples para o sentido da vida é como perseguir o pôr-do-sol a fim de adiar a chegada da noite. Vocês nunca vão alcança-lo, por mais que corram o horizonte sempre estará fora de seu alcance e a noite, inevitavelmente, virá. A não ser que fiquem eternamente dando voltas em seu planeta, mas qual o sentido disso?” Os 3 odhacan passaram da ira à perplexidade, e o humanóide continuou: “Vamos supor que eu soubesse a resposta – e eu não sei - e os informasse. O que vem depois do esclarecimento total? O que vocês buscariam então? A vida ganharia mais sentido, ou pelo contrário, perderia o sentido, já que não haveria mais mistérios? O que seria do dia se não fosse a noite? Voltem para casa: a resposta sempre esteve e sempre vai estar lá. Mas não a procurem, e quando vocês menos esperarem ela virá e vocês não vão sequer notar sua chegada.”
5. Na chegada avistam um gigantesco luminoso: “Disco S/A”. Quando desembarcam uma comitiva já os aguarda. Os aliens parecem pacíficos e amistosos mas há algo de artificial em sua simpatia. Então o chefe da comitiva começa a falar: “Representamos uma corporação galáctica que vende DNA para planetas sem vida. Plantamos a semente e esperamos a vida se desenvolver, se diversificar e evoluir. Deixamos algumas pistas que instigam a curiosidade dos nativos, esperando que eles venham até nós. Nunca falha, eles sempre chegam aqui esperando encontrar seus deuses. Rá, rá, como são ingênuos... Amigos, na verdade concedemos a vocês um empréstimo e vocês vieram aqui para acertarmos as contas. Temos mais coisas em comum que vocês supõem, mas algo nos diferencia: somos incapazes de sonhar. E os sonhos dos outros são nosso alimento, sem eles nós morremos. Então a proposta é a seguinte: implantaremos chips em seus corpos que vão servir de emissores de sonhos. O chip não tem efeito colateral algum e funde-se a seus organismos a ponto de os seus descendentes o herdarem como parte de sua cadeia genética original. Queremos apenas que vocês voltem e tragam mais odhacan para serem chipados.” Um astronauta pergunta: “E se nos recusarmos a receber esse chip?” “Aí vocês estarão declarando guerra à Disco S/A e destruiremos seu planeta bombardeando-o com torpedos anti-matéria.” “Porque vocês esperam ser visitados ao invés de simplesmente irem aos planetas que colonizaram e chiparem toda sua população?” “Questão de economia: para que gastar com naves e combustível se sabemos que nossos clientes virão até nós?” E assim o povo odhacan gradualmente foi-se tornando escravo da corporação. Ao contrário do que foi dito aos astronautas, o chip não só se apropria de seus sonhos como impede os odhacan de lembrá-los. O fim dos sonhos foi o primeiro passo da marcha que levará os odhacan à extinção.
segunda-feira, 6 de março de 2006
Damn good movie
E nesse site ele reproduz o brinde que fazia com o pai, que eu achei muito legal:
May the wind always be at your back
and the sun upon your face
and the winds of destiny carry you aloft
to dance with the stars
Cheers!
Não sou bom tradutor, mas é mais ou menos isso:
Que o vento esteja sempre nas suas costas
e o sol no seu rosto
e que as asas do destino te elevem
para dançar com as estrelas
Num outro post (movie quotes 4) há um desabafo dele, triste, mas pungente e verdadeiro. Grande filme!
Muito talento, pouco reconhecimento - Parte 3
Steve Buscemi: esse cara é uma lenda viva. Feio que só ele, começou a carreira de ator em 1984 e já tomou parte em quase 90 filmes. Versátil, também já foi produtor, diretor e roteirista. Atuou por uma temporadada e dirigiu 3 episódios na excepcional série Família Soprano, da HBO. Cool ao extremo, tornou-se um ícone do cinema independente até ser engolido pela indústria cinematográfica ao trabalhar em bombas como Armageddon, Con Air, Fuga de Los Angeles (mais uma mancada do competente John Carpenter) e Spy Kids 2 e 3. Por outro lado, saca só a lista de filmes bacanas que contaram com sua presença: Mistery Train, Dead Man e Coffee and Cigarettes 2 (do também ultracool Jim Jarmusch), O Rei de Nova York (policial dirigido pelo junkie Abel Ferrara e com o Christopher Walken), Peixe Grande (do inimitável Tim Burton), Coisas para se Fazer em Denver quando Você Está Morto (adoro esse filme), The Laramie Project ("falso documentário" sobre crime real no interior dos E.U.A.), Ghost World, (simples e ótimo, tem também no elenco Thora Birch – de Beleza Americana - e Scarlet Johanson – de Encontros e Desencontros – e que aqui no Brasil ganhou o estúpido nome de “Mundo Cão”) entre outros. Sabe escolher seus amigos: atuou em vários filmes dos meus ídolos irmãos Cohen - Ajuste Final, Barton Fink, A Roda da Fortuna, Fargo e O Grande Lebowski, todos esses altamente recomendados - e também do Tarantino - Cães de Aluguel e Pulp Fiction. Em suma: nos filmes mais divertidos dos últimos 20 anos (que não são muitos, acho que de forma geral o cinema entrou numa crise depois dos anos 70 e o padrão de qualidade despencou, os executivos dos estúdios acham que efeito especial substitui o talento) sempre tem Steve Buscemi.
Nota: uma coisa que esqueci de mencionar é que os filmes, atores e diretores em negrito têm a minha aprovação. Não me responsabilizo pelos que não estão em negrito.
Movie Quotes - Parte 4
-I don't believe in God, but if I did, he would be a black, left-handed guitarist. (The Dreamers)
- Michael Moore: Do you know that on the day of the Columbine massacre, the
Marilyn Manson: I do know that, and I think that's really ironic, that nobody said 'well maybe the President had an influence on this violent behavior' Because that's not the way the media wants to take it and spin it, and turn it into fear, because then you're watching television, you're watching the news, you're being pumped full of fear, there's floods, there's AIDS, there's murder, cut to commercial, buy the Acura, buy the Colgate, if you have bad breath they're not going to talk to you, if you have pimples, the girl's not going to fuck you, and it's just this campaign of fear, and consumption, and that's what I think it's all based on, the whole idea of 'keep everyone afraid, and they'll consume.' (Bowling for Columbine)
- So in the end, was it worth it? Jesus Christ. How irreparably changed my life has become. It's always the last days of summer and I've been left out in the cold with no door to get back in. I'll grant you I've had more than my share of poignant moments. Life passes most people by when they're busy making grand plans for it. Throughout my lifetime I've left pieces of my heart here and there. And now, there's almost barely enough to stay alive. But I force a smile, knowing that my ambition far exceeded my talent. There are no more white horses or pretty ladies at my door (Blow)
Muito talento, pouco reconhecimento - Parte 2
Muito talento, pouco reconhecimento - Parte 1
- O prêmio de melhor ator para Philip Seymour Hoffman - excelente ator que finalmente ganha o merecido reconhecimento, saindo, portanto, da minha lista. E olha que todos os outros concorrentes também mereciam a estatueta.
- O prêmio de melhor filme para "Crash"- que foi uma agradável surpresa. Nada contra o favorito "Brokeback Mountain", mas por lidar com o tema do racismo, "Crash" me conquistou.
- Rachel Weisz como melhor atriz coadjuvante para "O Jardineiro Fiel" - afinal, o diretor é brasileiro.
O que não gostei:
- Ang Lee levar o de melhor diretor ("Brokeback Mountain"). O diretor é o principal responsável pela qualidade do filme. Se o filme é considerado o melhor, obviamente o diretor também deveria. É incoerente, não faz sentido para mim.
- O prêmio de melhor atriz para Reese Witherspoon ("Walk the Line"). Não vou com a cara dela e ela fez "Legalmente Loura" 1 e 2! Torcia para Felicity Huffman (que trabalha na série "Desperate Housewives") que tem um papel bem mais difícil em "Transamerica" - um homem que quer mudar de sexo.
- "Paradise Now" não ganhar o prêmio de filme estrangeiro. Deve ser coisa de lobby de judeu em Hollywood. Detalhe: eu sou judeu
- O documentário sobre o escândalo da Enron perder para o filme fofinho dos pinguins ("A marcha do Imperador").
Mas o objetivo inicial deste post não é nada disso. Agora sim, vamos ao que interessa:
William H. Macy: esse já atuou em quase 80 produções, e uma ponta em A Era do Rádio (um Woody Allen bem simpático) foi um de seus primeiros trabalhos. Em geral é uma espécie de "loser" nos filmes, a personificação do fracasso na competitiva sociedade americana. Assim são seus papéis em Magnolia, Boogie Nights (não é coincidência esses filmes aparecerem de novo: o elenco deles é impecável) Fargo e na refilmagem de Psicose. Excelente ator, trabalhou também em As Coisas Mudam (elegante filme de mafiosos), Mera Coincidência (comédia política com Robert de Niro e Dustin Hoffman engraçadíssima e cada vez mais atual), Seabiscuit e The Cooler (este último é razoável) entre outros menos cotados.
domingo, 5 de março de 2006
Grandes Enigmas da Humanidade - Parte 1
O próprio Piri Reis afirmou que seu mapa foi baseado em cartas ainda mais antigas, uma vez que ele tinha acesso ilimitado à Biblioteca Imperial de Constantinopla (atual Istanbul) ; seu papel foi o de somente compilar diferentes mapas que já existiam. Especula-se que essas cartas vieram da Biblioteca de Alexandria, destruída nos primeiros séculos da Era Cristã.
E não é só isso: o documento foi exaustivamente estudado pelas maiores autoridades em cartografia e arqueologia nos últimos anos, confirmando sua autenticidade e ainda revelando que mesmo a projeção usada era correta. Para se fazer um mapa com tamanha exatidão - mais exato que cartas elaboradas há menos de um século - seria necessário sobrevoar a Antártida. Aviões há 6000 anos atrás?
Que avançada civilização teria habitado nosso planeta num tempo tão remoto? A historiografia clássica sustenta que a primeira civilização, os sumérios, teria surgido na Mesopotâmia por volta de 4000 A.C. A carta subverte este conceito e prova o quão pouco sabemos sobre nossos ancestrais, isso é, se são mesmo nossos ancestrais. Poderia ser um povo diferente de nós. De fato, diferentes culturas das mais variadas regiões do planeta mencionam "gigantes" que antes habitaram a terra, inclusive os sumérios, que os tinham como deuses, chamando-os de "nefilim". Erich Von Daniken achava que esses deuses na verdade eram astronautas... Mesmo na Bíblia encontramos referências a esses seres, como na história de Davi e Golias. Há ainda teorias que dizem que o continente antártico se localizava bem mais ao norte, sendo assim menos frio, uma possível localização da mítica Atlântida. Mas são necessários milhões de anos para uma massa de terra de tais proporções deslocar-se tanto.
Enfim, tudo que sabemos é que nada sabemos. Um brinde aos Mistérios da Vida!
B 52
ingredientes
- uma parte de irish cream
-uma parte de triple sec (licor tipo Cointreau ou Grand Marnier) ou absinto
Nota: Para entrar em contato mais íntimo com o Mistério, recomenda-se usar o autêntico absinto, a bebida mais forte que se pode comprar no Brasil, com 54% de teor alcoólico. Cheers!
quinta-feira, 2 de março de 2006
Escute a luz, veja a música
No livro O Matador, da Patricia Melo (que virou o filme O Homem do Ano, com o Murilo Benício) o protagonista faz uma observação simples mas interessante sobre nossa existência. Ei-la:
"Enquanto caminhava e olhava para meus sapatos fodidos, eu pensava que a vida é uma coisa engraçada. Ela vai sozinha, como um rio, se você deixar. Você também pode botar um cabresto, fazer da vida o seu cavalo. A gente faz da vida o que quer. Cada um escolhe sua sina, cavalo ou rio." (Não por acaso escolheram este trecho para finalizar o filme).
E você resolve viver a vida, a sua vida, sujeito, ator, cavalo em vez de rio. E acha que isso vai bastar, que aquele momento em que você foi abençoado com um pensamento lúcido vai se prolongar indefinidamente, como um moto-perpétuo. Mas é claro que o tédio, as desilusões, o medo, o destino, o comodismo ou seja lá o quê sempre vêm, ameaçando com tempestades seu céu de brigadeiro. Com as tormentas a situação vira do avesso, o mundo parece se fechar novamente para você. Mas aí você se levanta e tenta fazer ou pensar outra coisa. Nem que seja escrever o que vier à cabeça no seu blog, prá ver se no papel a coisa faz sentido. A mudança de perspectiva, a admissão da fragilidade de sua própria vida e do seu bem-estar te faz mais humilde, mais incerto quanto às suas certezas, menos refratário. E se você permitir, mais uma vez acontece aquele insight, aquela idéia que te deixa emocionado. Pode acontecer a qualquer momento, em qualquer lugar, como no meio de um engarrafamento ouvindo Neil Young no rádio. E quanto mais você pensa, mais se emociona e sente os olhos se encherem d´água, um nó na garganta e percebe tardiamente que sua voz está embargada, que se você continuar falando o quanto aquela melodia é sublime todos vão perceber que você está chorando. Como uma criança. Como alguém que não tem medo do que sente, mesmo que aquilo pareça paradoxalmente solitário e universal. E eu não sei quanto a você, mas essa melodia preciosa fica guardada na minha cabeça, adormecida no marasmo da rotina. Seu sono pode se estender por meses, anos, como se eu tivesse apertado a tecla mute. Mas eu tenho a impressão que se você seguir as pistas certas, se você seguir o caminho que o insight iluminou tão brevemente e segui-lo, a despeito das trevas, a melodia vai retornar, mais bela do que nunca, multiplicando seus canais, se enriquecendo. Som que ganha forma, luz que pode ser ouvida. Sinestesia.
Daí vem minha teoria. A música é parte inerente de cada um de nós, todos temos um "hino", um tema musical, algo que nos remete a momentos inesquecíveis, nos faz levantar e gritar e celebrar por nos sentirmos tão vivos. Mas como eu disse, a música pode ficar anos sem tocar na sua jukebox mental. Talvez as pessoas passem a vida inteira sem se darem conta que há uma sucessão de sons tão harmônica que as faria sonhar como nunca antes. Quando me envolvo num projeto, que nasce como uma idéia, para depois ir se concretizando aos poucos, não posso deixar de associar esse processo de crescimento a uma música. Cada passo é uma nota musical, e quando você termina tem muito mais que um trabalho bem feito: tem uma sinfonia tão bela quanto silenciosa. Mais que sonhar, a música pode te fazer levitar e te dar asas - mesmo sem tomar red bull.
Em algum lugar do universo as naves espaciais são movidas a ondas sonoras. Seu combustível é a música.
Escreva dizendo qual é o seu hino. Pode ser mais de um. Eu, por exemplo, entro em órbita quando escuto Cross-Eyed Mary do Jethro Tull, Whiter Shade of Pale, Nights in White Satin do Moody Blues, Eleanor Rigby (de preferência com o Ray Charles) e Mestre Jonas do Sá & Guarabira, entre muitas e muitas outras.