Fui no cinema. Avatar em 3-D estava esgotado, então escolhi Contatos do 4to. Grau. Começa com um depoimento da atriz principal dizendo que os eventos a seguir são verídicos e que alguns trechos são vídeos autênticos gravados pela psicóloga Abby Tyler; sessões de hipnose em que seus pacientes relatam episódios de abdução alienígena. Criaturas com o semblante de corujas supostamente aterrorizam as madrugadas de dezenas de moradores de uma pequena cidade chamada Nome, no Alasca. Com a ajuda de um especialista, a Dra. Abby descobre que nas gravações os entes do além se comunicam em sumério, a língua mais antiga conhecida.
Bom demais para ser verdade. Como todo bom escapista, sou aficcionado por ocultismo, especialmente por histórias de OVNIs. Na internet não acho registro algum da psicóloga, descubro que os vídeos “reais” são encenações e que a distribuidora Columbia doou dinheiro para a cidade a fim de criar notícias e obituários fictícios. Uma espécie de versão ufológica de A Bruxa de Blair, puro marketing.
No meio de tantas mentiras, alguns fatos curiosos. A cidade onde o filme se passa tem um histórico impressionante de desaparecimentos e parece ser alvo da atenção do FBI, mas daí para concluirmos que há uma onda de abduções no local é um passo longo demais. Por outro lado, há quem diga que a ausência de informações sobre a Dra. Abby na internet é parte de uma operação de acobertamento por parte de agências governamentais obscuras. Concluindo: a única abdução comprovada é a da verdade. E jamais vamos saber o que houve em Nome.